A paralisação de milhares de caminhoneiros no final de maio teve como efeitos imediatos o desabastecimento, a alta de preços e os consequentes impactos negativos em diferentes setores econômicos. No entanto, um dos setores que foi e continua sendo mais impactado pelo tabelamento de fretes é o agronegócio.
As atividades mais vulneráveis ao tabelamento dos fretes são os cultivos de milho, laranja, arroz e a produção de leite. Ainda, os possíveis maiores impactos financeiros podem ocorrer também nas plantações de soja, cana-de-açúcar, milho e da bovinocultura de corte.
Um artigo dos pesquisadores do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – USP/ESALQ) apontou que a pressão sobre os custos do agronegócio recairá em menor remuneração ao produtor e repasse de grande parte destes custos ao consumidor final, prevendo-se, assim, impacto inflacionário importante, o que pode ser um período em que a economia brasileira ainda apresenta frágil perspectiva de recuperação. Toda a situação poderá impactar fortemente o plantio da próxima safra.
Fora os efeitos imediatos do tabelamento do frete, a safra de grãos 2018-2019 precisará ser plantada entre setembro e novembro e não se faz uma safra de mais de 200 milhões de toneladas sem defensivos agrícolas, ou seja, o tabelamento do frete não só impediu o produtor rural de comprar o insumo no calendário correto, como também está impondo custos muito mais altos. Assim, a safra a ser colhida em 2019 terá custos de produção muito mais elevados, o que significa elevação dos preços dos alimentos ao consumidor final, com reflexos negativos sobre a inflação.
Fontes: Correio do Estado; Única e Notícias Agrícolas
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