Quebra de produção de soja é um fator preocupante

Os últimos meses foram difíceis para um dos maiores produtores de grãos do mundo, a Argentina. Devido as alterações climáticas e o período de seca, as produções de soja não conseguiram terminar a semeadura no tempo planejado.

O problema atingiu principalmente o norte do país, mas em Buenos Aires, principal região produtora, também ocorreu situações complicadas. Neste cenário, o mercado internacional da soja se encontra preocupado com as mudanças que poderão ocorrer nos próximos meses, principalmente em relação as oscilações de preços.

O fato novo, de acordo com analistas de mercado argentinos, poderá ser a confirmação da redução da safra argentina, dos iniciais 57 milhões de toneladas para 54 milhões ou até mesmo 50 milhões. Neste contexto, a diminuição na produção argentina poderá provocar um forte desequilíbrio no quadro de oferta e demanda mundial de grão, de farelo e óleo, já que o país é um grande fornecedor mundial desses dois subprodutos. Com isso, a demanda poderá se convergir para o Brasil e os EUA, aumentando os preços e cotações dos mercados.

Segundo a Bolsa de Comercio de Buenos Aires (BCBA) é muito provável que a área prevista seja inteiramente plantada, mas que as chuvas previstas não serão suficientes para o desenvolvimento das plantas nas principais áreas de produção do país – Buenos Aires e La Pampa –, o que poderá significar realmente uma redução na produção de soja.

Esta confirmação só ocorrerá em definitivo a partir de abril, quando a Argentina começar a colher a sua safra de soja. Até lá, o mercado poderá sofrer altos e baixos.