Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), até 2030, uso do recurso vai crescer 24%
Na próxima década, o aumento do consumo de água tratada no Brasil é um dos fatores que deverá amplificar os problemas causados pelas estiagens prolongadas e a infraestrutura nacional de distribuição. A estimativa afeta diretamente o agronegócio já que, em 2017, a retirada total de água para este destino foi de 2.083 metros cúbicos por segundo (m³/s).
Os dados são do estudo Conjunturas dos Recursos Hídricos – 2018, elaborado anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA). Segundo o levantamento, até 2030, o uso da água terá um crescimento de 24% sobre o volume atual. O aumento é resultado do processo de urbanização, expansão da indústria, agronegócio e economia.
O pequeno agricultor Shedeon de Souza Nascimento viu sua lavoura secar um ano atrás, às margens da represa do Descoberto, a 50 quilômetros de Brasília. A estiagem prolongada, que castigou a maior parte das regiões Centro-Oeste e Nordeste do País nos últimos cinco anos, fez sumir o lago que margeava a sua plantação de verduras. Um ano atrás, a barragem do Descoberto encarou seu pior índice desde o início da série histórica, iniciada 31 anos atrás, atingindo apenas 5,3% do seu volume útil.
“Perdi quase tudo. Normalmente, a gente consegue plantar quatro hectares de verduras. No ano passado não chegou a dois hectares. Tinha de usar só metade da água que a gente precisava. Foi uma tristeza. Estou aqui há 14 anos. Nunca vi nada igual”, conta Nascimento, que utiliza um poço artesiano próximo à barragem para regar a plantação.
Dentro do escopo das atividades econômicas que mais consumiram água em 2017, a irrigação respondeu por 52% do volume total, além de outros 8% serem utilizados para a criação de animais. O abastecimento humano nas cidades representou 23,8% do consumo, seguido pela indústria (9,1%), usinas termoelétricas (3,8%), abastecimento rural (1,7%) e mineração (1,6%).
A irrigação deverá ampliar ainda mais a sua fatia no consumo nacional de água, pressionando a busca por “novas fronteiras hídricas”, afirma Sergio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA).
“Sabemos que as áreas com água mais acessível já foram ocupadas e o agronegócio começa a avançar para regiões onde, naturalmente, haverá mais conflitos. Daí a fiscalização ser essencial”, diz. “Por outro lado, vemos grandes produtores buscando tecnologias para o consumo mais eficiente de água, o que deve ser ampliado”, acrescenta ele.
Na avaliação de Ayrimoraes, o próximo ano deverá apresentar uma situação, em geral, mais amena do que a vivida nos últimos cinco anos quanto à disponibilidade de água. “Neste ano de 2018 já houve sinais de melhora, tivemos algumas ações de infraestrutura. Devemos passar um 2019 sem sustos, mas o alerta deve ser constante.”
BRA Agroquímica
A BRA Agroquímica está associada ao Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, que realiza a coleta das embalagens para reuso ou reciclagem e segue as legislações ambientais vigentes, instruindo o cliente na aplicação segura e correta dos produtos, assim como procura manter um rígido controle de desativação dos defensivos, além da preocupação com o transporte seguro.
COMPARTILHE TAMBÉM