O conflito entre China e Estados Unidos balançou o mercado internacional de soja e reforçou expectativas de que as exportações brasileiras do grão batam novo recorde em 2018. Importadores chineses já estão pagando mais pela soja brasileira, devido ao fato que os EUA podem ser interrompidos numa guerra comercial entre Washington e Pequim.

A China compra aproximadamente 60% da soja globalmente comercializada para alimentar a maior indústria de gado do mundo. O Brasil enviou quase a metade dessas importações no ano passado, enquanto que os Estados Unidos enviaram um terço.

Porém, Pequim ameaçou a cortar importações de soja dos Estados Unidos em retaliação às medidas tomadas pelo presidente Donald Trump para melhorar as condições de comércio para os americanos.

A demanda pela soja brasileira empurrou os prêmios. No porto de Paranaguá, eles chegaram a US$ 1 por bushel acima das referências de preço internacionais, de acordo com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP). Esse foi o maior premium para um mês de março. Há cerca de um ano, os prêmios em Paranaguá pagavam apenas 36 centavos acima dos futuros, segundo dados da Thomson Reuters. “O mercado está ficando louco”, disse um comerciante baseado em Pequim à Reuters.

“Alguns compradores ainda estão comprando devido às boas margens de moagem, mas eles já estão inconfortáveis sobre o preço alto”, afirmou. Comprar soja brasileira é um de muitos planos de contingência dos compradores chineses para garantir a compra de ração. Os compradores já tinham preferência pelo Brasil em função do maior nível de proteína e de óleo do grão.