“O mercado do milho pareceu estar buscando um novo equilíbrio, reajustar-se ao cenário de suprimento, principalmente na América do Norte. Deve-se notar que a safra está em sua fase inicial, com 15% da área colhida”. A projeção é do analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

De acordo com o especialista, o novo relatório mensal do USDA chamou a atenção no pré e pós-publicação: “Nesse sentido, os aumentos de preços foram validados, descontando a possibilidade da Agência fazer um ajuste em sua projeção de colheita para a safra atual. Além disso, o medo dos acontecimentos climáticos acrescentou impulso aos valores. Eventos climáticos desfavoráveis afetam a região das Dakotas, Minnesota e norte de Iowa. Tormentas de neve e baixas temperaturas poderiam reduzir os rendimentos e a produção nestas regiões”.

Finalmente, destaca Pacheco, os novos dados do USDA acabaram por ser nitidamente baixistas para os preços. O USDA manteve a estimativa de colheita para a safra atual virtualmente inalterada em 350 milhões toneladas (contra 347,5 milhões tons esperadas pelo mercado). Também a projeção dos estoques finais ficou em torno de 49 milhões, quando o consenso dos analistas estava apostando em um número menor (45,38 MT).

“Os preços se recuperaram fortemente após a queda pós-USDA e recebeu apoio adicional com a questão climática e contexto otimista em torno das relações comerciais EUA-China. Além disso, os preços do petróleo apontavam para aumentos e proporcionaram impulso ao cereal no lado da demanda para a produção de etanol (como substituto energético)”, pontua.

Outro elemento que deve ser considerado, ressalta o analista da T&F, é a perspectiva da safra brasileira. “No Brasil o início do plantio de soja está com algum atraso, devido à baixa pluviosidade e à falta de umidade nos solos. Isto transmite a incerteza que, após a colheita da soja, esta área, que é freqüentemente utilizada para o milho de segunda safra (70-75% da produção total de milho aprox.). Portanto, teme-se que a janela de plantio ideal para safrinha não poderá ser usada em tempo hábil”, conclui.

Fonte: agrolink.com.br