Instrução Normativa é negociada entre setor produtivo e órgãos públicos

 

A mistura de defensivos agrícolas em tanque está muito próxima de ser liberada no Brasil através de uma Instrução Normativa que está sendo negociada entre o setor produtivo e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A técnica ainda é proibida no Brasil, apesar de ser praticada em nada menos que 97% das aplicações de agroquímicos feitas no País, segundo pesquisa da Embrapa.

 De acordo com informações da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), o tema já foi amplamente debatido a regulamentação já está praticamente montada. Na sequência deverá passar por análise jurídica, pelo crivo dos ministérios do Meio Ambiente e Saúde e por consulta pública – para então ser publicada.

“A intenção, com a Instrução Normativa, não é apenas regularizar a técnica de mistura em tanque. Construímos o texto levando em consideração a parte social e ambiental, fundamentais para manutenção da atividade rural”, explica a coordenadora da Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja, Roseli Giachini

 Segundo ela, representantes do setor produtivo esteviram este mês no Mapa para finalizar pontos da minuta da Instrução Normativa. “O texto foi construído por nós, agricultores, mas também por órgãos reguladores como Anvisa, Ibama e o próprio Mapa. Isso significa avanço e uma conquista do setor, já que teremos um documento oficial para normatizar o que já é uma prática”, explica Roseli, que esteve na reunião.

O doutor em Agronomia e pesquisador na área de manejo de plantas daninhas da Embrapa, Dionízio Gazziero, aponta que a mistura de defensivos agrícolas em tanque é “fundamental” para o Brasil.
“Estamos em um país tropical em que dependemos do uso de defensivos agrícolas para conseguirmos produtividade máxima. Por ser tropical, temos problemas com pragas, insetos, plantas daninhas e doenças”.

 O especialista explica que a técnica é necessária porque normalmente os produtos para combater as pragas e doenças não têm aspectos amplos, que agreguem tudo que é necessário para o combate: “Exatamente por isso os agricultores realizam a mistura, que é uma prática comum. A Instrução Normativa que construímos certamente pode ser vista como um grande avanço”.
Fonte: www.agrolink.com.br