Para prevenir e controlar a epidemia da ferrugem, pesquisadores buscam compreender como os fungos que provocam a doença prejudicam os cultivos.

Por isso, para avançar os estudos da epidemia da ferrugem, estão usando as mais recentes tecnologias de sequenciamento de genomas, que os auxiliam a entender a adaptação do fungo e maneiras de romper sua resistência em diferentes culturas.

Cereais e outros importantes cultivos como café, cana-de-açúcar e soja são impactados por patógenos da ferrugem, que têm tornado as perdas de produtividade cada vez mais frequentes. Os métodos tradicionais usando fungicidas podem ser caros e apresentam prejuízos ambientais e de saúde.

Uma das principais estratégias de controle de doença para prevenir um surto de ferrugem é a resistência genética no desenvolvimento dos cultivos. No entanto, essa resistência às vezes é derrotada pela emergência de novas estirpes de ferrugem e tornam uma parte da cultura resistente e a outra muito vulnerável.

Além disso, a equipe de pesquisa americano-australiana gerou o primeiro haplótipo que resolveu sequências genômicas para fungos da ferrugem, responsáveis por pela presença de patologias como a ferrugem do colmo, que destrói as culturas do trigo. Um dos grandes avanços desse estudo foi que, pela primeira vez, montagens de genomas separados refletiram o tamanho das duas cópias de cromossomos na ferrugem.

Em paralelo, o bolsista de pós-doutorado Benjamin Schwessinger e o professor John Rathjen da Universidade Nacional da Austrália aplicaram abordagens similares para desenvolver uma montagem de genoma do fungo P. striiformis f. sp. Tritici. As duas equipes foram capazes de combinar as tecnologias e conhecimentos para chegar a esses resultados tão rápido. Os estudos apresentam uma descoberta em uma patologia de plantas e mostram como a diversidade genética entre duas cópias de cromossomos podem influenciar a emergência de novas estirpes virulentas de patógenos.

Esses resultados foram divulgados em duas publicações da revista mBio, pertencente à Sociedade Americana de Microbiologia, por cientistas parceiros da Universidade do Minnesota, do Laboratório de Doenças de Cereais do USDA, da Universidade Nacional da Austrália, da Organização para Pesquisa Científica e Industrial da Comunidade Britânica e a Universidade de Sydney.