A área de superfície mais fria do Oceano Pacífico provavelmente fará com que a safra de café do Brasil, a maior do mundo, enfrente pelo menos uma geada forte nos próximos meses.
As fazendas localizadas de Minas Gerais ao Paraná podem enfrentar temperaturas abaixo de zero na segunda quinzena de julho e na primeira quinzena de agosto, contou Luiz Carlos Molion, meteorologista independente em Alagoas.
“Em termos gerais, o inverno do Brasil pode ser suave” em relação às temperaturas médias, disse ele. “O que mata o pé de café, no entanto, não é a média, mas um único evento de massa polar intenso”.
A perspectiva pode ser similar à de 2000, quando o sul de Minas Gerais foi atingido por temperaturas abaixo de zero graus e as temperaturas no solo chegaram a 5 graus Celsius negativos, ressaltou Molion.
Preço do café negociado em NY sobe
A primeira frente fria do país chegou nas áreas dos cafezais, causando geada isolada em regiões de planície.
Na ocasião, os futuros do café para entrega em julho chegaram a subir 2,2%, para US$ 1,206 a libra-peso, na ICE Futures U.S., em Nova York. O preço subiu pelo quarto pregão seguido, sequência mais longa para um contrato mais ativo desde 1º de maio.
O risco de geada nos próximos dias é mínimo devido ao aumento das temperaturas, disse Fábio Luengo, meteorologista da Somar Meteorologia em São Paulo.
Atualmente, há na atmosfera um padrão que empurra as frentes frias para o mar, o que pode acabar impedindo a entrada de uma massa polar forte no continente, disse Celso Oliveira, meteorologista da Somar. “2018 certamente é um ano arriscado para o café”, afirmou.
O inverno vai de junho a setembro. Durante uma geada, a seiva dos pés de café se expande e pode explodir, o que arruína a colheita.
Fonte: UOL Economia
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