A irregularidade das chuvas nas principais regiões produtoras de soja do país prejudicou a colheita do grão, que começou mais tarde na safra de 2017/2018. No entanto, apesar dos temporais, muitos produtores conseguiram retomar o ritmo e, agora, a preocupação fica por conta do excesso da umidade que pode afetar o escoamento da soja.
Nas últimas semanas as chuvas se concentram principalmente entre o oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e grande parte de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, mas as demais regiões produtoras de soja também receberam acumulados regulares, que mantiveram as condições hídricas favoráveis, com pelo menos 60% de disponibilidade de água no solo entre o norte do Rio Grande do Sul e o Norte do país.
Segundo o agrometeorologista Leandro Calve, da Somar Meteorologia, os volumes excessivos chegaram a atrapalhar momentaneamente a colheita em áreas como o oeste do Paraná e de São Paulo, além de parte dos Estados do Sudoeste do país.
No Paraná a colheita segue atrasada, com apenas 27% de área colhida. “Esse valor representa apenas 50% do que havia sido realizado no mesmo período do ano passado”, afirmou Calve. Já no Mato Grosso a colheita chegou aos 71%, e se mantém dentro da média dos últimos cinco anos, com qualidade geral das lavouras considerada dentro do esperado.
No Rio Grande do Sul, a colheita está apenas no início, com 1% de área colhida. Enquanto a metade norte do Estado recebe acumulados favoráveis para o desenvolvimento das lavouras, as áreas mais próximas ao Uruguai enfrentam um período de estiagem que se prolonga desde novembro e a baixa umidade do solo prejudica o enchimento dos grãos, aumentando o risco de perdas.
No entanto, enquanto o Centro-Norte tem previsão de chuva e que pode contribuir para a manutenção do solo, o Mato Grosso e pode ser afetado pelo excesso de chuva.
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