O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo e encaixa bem em rotação de cultura, com muitos benefícios no plantio direto. O Brasil é o 9º maior produtor mundial, sendo 65% para consumo interno (1,9 milhões de toneladas), grande parte para alimentação animal, ração, pastagem, etanol e até cervejas e farinhas sem glúten para alimentação humana. Nesta safra serão colhidas 2,174 milhões de toneladas, alta de 24,7%. O estado que mais produz é Goiás, com 353 mil hectares de área e 1,338 milhão de toneladas, alta de 35%. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no levantamento de safra de junho. “Na dieta animal o que é interessante é que o sorgo pode ser 100% da dieta, enquanto o milho precisa de combinações. Além disso a silagem de grão úmido de sorgo é muito mais vantajosa em custo”, destaca o engenheiro agrônomo, mestre em fitotecnia e gerente de Produto Silagem da KWS Sementes, Dimas Cardoso. Ele tratou sobre o assunto em uma live.
Em um histórico de quinze anos o sorgo manteve área e, historicamente, 75% para grãos e o 16% silagem e 11 % forragem. “Todo mundo se pergunta na hora da safrinha: sorgo ou milho? Na verdade eles não têm competição. O sorgo é amigo do milho em horas difíceis, como quando passada da janela de plantio”, diz o pesquisador. A janela do sorgo é de fevereiro a março e colheita de junho a julho. Há ciclo precoce e médio. Ao contrário da soja o sorgo de ciclo médio costuma produzir mais do que o precoce. Os tipos de sorgo são granífero, silageiro (18 a 24% de matéria seca em grãos), biomassa (ideal para áreas de seca para volumoso), sacarino (para fazer açúcar na entressafra e recuperar áreas de cana-de-açúcar), vassoura e pastejo (híbrido com capim Sudão que em 45 dias faz pastagem, com até 5 rebrotas). “No Brasil temos mais de 100 cultivares de sorgo”, explica.
Por que plantar?
Alta perfilhação, mais estômato na folha que o milho (facilidade de fotossíntese), raiz profunda de até 1,5 m e 2 m de largura (mais eficiente para absorver nutrientes da terra), estruturas que protegem contra estresse hídrico e sol intenso, sendo rústica e ideal para as condições da safrinha, são algumas das características do sorgo.“A gente brinca que o sorgo vem com seguro dentro do saco. Enquanto o sorgo precisa de 300 mm de chuva para fechar o ciclo, o milho precisa do dobro, 600 mm. É uma cultura fantástica”, destaca o especialista.
O especialista cita 10 motivos para optar pelo sorgo:
– Regula o mercado interno e exportações do milho;
– Utilização da rebota no verão ou início de safra como silagem, compensação, palhada para plantio direto ou pastejo;
– Não é atacado pela cigarrinha do milho;
– Traz segurança em produção sobre estresse, como umidade e temperaturas altas;
– Custo baixo em relação a outras culturas (1 saca planta 2,5 hectares);
– Produção de etanol, silagem, grãos, pastejo, entre outros;
– Crescimento no consumo humano com antioxidante e para celíacos;
– Não sofre com roubos de espigas em áreas próximas a cidades;
– Melhora as condições físicas do solo e tolera solos salinos;
– Rotação de culturas (poucas doenças comuns com o milho).
Fonte: www.agrolink.com.br
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