Ao mesmo tempo em que o plantio da soja avança no Mato Grosso, diversas situações influenciam nos preços das commodities, provocando alerta no mercado e nos sojicultores. Eleições, sobe e desce cambial, embates comerciais, frete tabelado, são algumas das principais variáveis que tornam esse cenário do mercado tão incerto.

Em Mato Grosso o clima é de incerteza entre muitos agricultores. Depois de se mostrar estagnada entre o início dos meses de junho a agosto, as vendas antecipadas da soja voltaram a subir. O mês de setembro, por exemplo, começou com 28% da produção prevista já comercializada, segundo o Imea.

Independente destes números, quem está no campo vive um momento de indefinições. O embate entre Estados Unidos e China, principalmente, segue interferindo as cotações do grão em Chicago. A oscilação cambial tem interferido na decisão (e na rentabilidade) do produtor – para cima ou para baixo – exigindo atenção redobrada às eventuais oportunidades que apareçam no mercado.

No município de Sorriso, por exemplo, os contratos para janeiro/19, que chegaram a girar em torno de R$ 71,50 a saca, atualmente estão na casa dos R$ 65. Diferença grande na hora de fechar as contas.

O agricultor Carlos Simon, de Lucas do Rio Verde, falou sobre a preocupação com os preços para a safra futura. ‘’Hoje, quem está comprando está pagando em torno de R$ 64 a R$ 65. Mas quando o produtor vai transformar isso para o dólar, que é a nossa moeda para comprar adubo, fertilizante, inviabiliza a comercialização. Quem tem conta em dólar, infelizmente não está dando liquidez” explicou o agricultor.

O tabelamento do frete também continua tirando o sono dos agricultores. Na região de Tapurah, alguns produtores têm relatado dificuldades na hora de tentar vender a produção. O motivo, segundo Carlos Belló, que é presidente do Sindicato Rural do município, é a indefinição quanto aos valores do preço mínimo do frete.

Fonte: Canal Rural